A defesa do ataque é o máximo contra-ataque. Durante o tempo em que estivermos sob ataque nós devemos visualizar a situação global, e as oportunidades que a realidade nos oferece a escolher, é preciso considerar o adversário com indiferença, e com o mais profundo respeito.
Conheça antes a força do adversário, as ameaças não surgem apenas do nada, elas são coisas latentes, que podem ser ignoradas ou não, a qualquer tempo, tornam-se reais para nós, quando nós não as evitamos.
Primeiro passo, mentalize que o disparo do adverário foi efetuado, e depois pare a cena! imagine o que aconteceu exatamente a cada coisa, que vantagens posicionais adquiriu o adversário? que novas ameaças surgem desse novo posicionamento e quais de nossas cidadelas podem ser defendidas e mantidas?
Diante da nova realidade, o movimento do adverário já foi realizado, agora, nós precisamos tentar identificar várias coisas. Primeiro, sabendo que uma peça se moveu, vamos observar primeiro o óbvio, as mudanças.
Quais peças aumentaram o seu poder, e em quais pontos elas ameaçam, quais pontos do terreno perderam sua proteção, e que ameças imediatas há, de ambos os lados, em consequencia dos possíveis movimentos, movendo aquela peça mentalmente para cada posição possível.
Registramos mentalmente as ameaças possíveis, e procurando identidficar, quais das nossas opções de defesa poderia melhor neutralizar aquela vantagem imediatemente e ainda, atender ao nosso plano. A outra opção é não tentar neutralizar as ações do adversário, mas buscar se expandir em outra direção, compensando o ganho de poder do adversário com um aumento próprio de força equivalente. Mas, como escolher entre essas duas opcções?
É aqui o nosso ponto de contato com a Arte da Estratégia. O que é melhor? Defender, reforçando a defesa em cada ponto mais remoto do território de combate, ou se mover de forma coordenada para atacar o núcleo central do comando adversário. Devemos contra-atacar imediatamente aonde estamos sendo provocados, ou devemos atacar em algum outro ponto determinado para testar o ânimo do adversário?
Para resolver ese problema é preciso concentrar a energia mental na análise progressiva e serena de cada uma das posições futuras, dando cada passo de uma vez, sempre considerando cada nova posição, como se fosse uma nova partida, com uma nova estratégia.
Considerando a situação, identificamos, já no calor do combate, que o adversário realizou uma de suas potências, escolhendo uma posição nova. Ou seja, ele se moveu e preparou com isso uma ameaça que antes era latente, mas agora foi constitída para disparar logo no lance a frente, e segue com outras ameaças no seguinte etc..
É preciso investigar se é possível evitar que tal ameaça se realize, decerto, tentando evitar pelo menos de imediato, que aconteça o mal maior. Mas a situação atual nos oferece várias maneiras de evitá-lo. Qual delas escolher, como escolher?
Escolha a solução que impeça a realização da ameaça de forma definitiva, force o adversário a tomar outro caminho.
A situação atual, no jogo de Xadrez, é sempre constituída de um conjunto finito de possibilidades. Só um pequeno número de jogadas podem ser feitas a cada lance que se sucede. A escolha é irreversível. Então a mente do guerreiro precisa entrar serenamente para investigar os acontecimentos futuros que poderão ocorrer em cada porta existente adiante.
Para identificar as portas existentes percorra os diversos caminhos possíveis aleatoriamente, dado que todas serão verificadas na análise passo a passso. É preciso executar mentalmente cada uma das jogadas possíveis, desde as mais prováveis até e as mais improváveis sem discriminação ou preconceito, e observando seus detalhes.
Os detalhes são os alvos possíveis no campo adversário e as defesas possíveis. Faça o mesmo no seu próprio campo, considerando e avaliando o custo de cada ação em termos materiais e posicionais.
Dado mentalmente o primeiro passo de forma cuidadosa, em seguida avance mais rapidamente e percorra os passos seguintes de modo intuitivo. Essa é a fase da seleção da alternativas reais, e para cada uma delas investigue as únicas respostas que são realmente possíveis no próximo lance do adversário.
Volte ao caminho mais interessante de acordo com sua análise, explorando-o com atenção e concentração, observando os seus detalhes em busca de possíveis falhas na primeira análise intuitiva. Então, mentalize a nova situação, e avance mentalmente de acordo com um critério de seleção de alternativas, A esse exercício mental nós denominamos "cálculo prévio".
Retorne ao proceso de mentalização, passo a passo, e depois siga caminhos intuitivos, e repita mais um passo, e tente dar mais um passo, e caminhe desse modo, considerando os lances mais fortes em termos estratégicos e táticos, após estudar os elementos componentes do ataque dos adversários e todas as suas potenciais ameaças combinadas. Considere a vantagem principal e em seguida a secundária.
9 de abril de 2011
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